Iniciado instabilidade na Moldova

Publicado por: Editor Feed News
24/02/2023 22:53:41
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Protestos em Chisinau, na Moldova/Dumitru Doru / EPA
Protestos em Chisinau, na Moldova/Dumitru Doru / EPA

Queremos que a Rússia venha”. Russos travestidos de manifestantes fomentam protestos e pedem invasão russa na Moldova

 

Esta é uma preocupação muito séria. O governo da Moldova tem condenado a ação destes manifestantes russos, que têm agravado ainda mais a tensão entre a Moldova e a Rússia. O governo da Moldova condenou os incidentes e disse que quaisquer tentativas de invasão da Rússia na Moldova serão rejeitadas de forma enérgica.

 

O governo da Moldova também pediu à Rússia para não tentar interferir nos assuntos internos da Moldova ou de outros países. Os Estados Unidos e a União Europeia também condenaram fortemente estas atividades, que não ajudam a melhorar as relações entre a Rússia e a Moldova.

 

Em frente ao edifício do parlamento da Moldova, milhares de pessoas protestaram contra o governo. “Somos motivo de chacota”, disse uma manifestante, contando: “há pessoas com quatro ou cinco filhos que literalmente não têm o que comer”.

 

No país, as faturas de energia representam mais de 70% do rendimento familiar, de acordo com a Presidente da Moldova. “Quando elegemos este governo, prometeram aumentar os salários e as pensões, mas até agora não vimos um cêntimo”, disse a mesma manifestante, identificada pela BBC como Ala.

 

Os protestos de domingo, organizados pelo partido Sor, que é pró-Rússia, estão a ser observados de perto por governos em toda a Europa. A maioria dos manifestantes viajou para a capital Chisinau, com os custos cobertos pelo Sor.

 

Recentemente, a Presidente Maia Sandu alertou que a Rússia planeava enviar infiltrados treinados por militares, disfarçados de civis, para derrubar o governo moldavo, que é aliado de países ocidentais.

 

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A Rússia respondeu, afirmando que a acusação é uma tentativa das autoridades moldavas de desviar a atenção dos seus próprios fracassos sociais e económicos.

 

A Moldova fica estrategicamente localizada na fronteira com a Ucrânia. O país tem a sua própria região separatista pró-Rússia e depende do gás russo. Em 2022, Moscovo cortou pela metade o fornecimento à Moldova.

 

Os protestos contra o aumento do preço do gás e da eletricidade começaram no outono. Na semana passada, Maia Sandu disse que a Rússia já havia tentado desestabilizar a situação no país através da crise energética, causando um “grande descontentamento entre a população” e “protestos violentos”.

 

Nas últimas semanas, 57 pessoas foram impedidas de entrar na Moldova por terem demonstrado apoio à Rússia – incluindo um grupo de adeptos de futebol sérvios e vários boxeadores de Montenegro.

 

“Está muito claro que a Rússia é um estado agressor”, disse à BBC Rosian Vasiloi, chefe da polícia de fronteira da Moldova. O responsável afirmou que a ameaça já existia desde o começo da guerra da Ucrânia, mas acredita que é “diferente agora; é uma mistura de ameaças de dentro e de fora da Moldova”.

 

Enquanto a Ucrânia continuar em guerra, acredita que os riscos para o país são menores. “Se a Ucrânia cair, a Moldova será a próxima. Mas não tenho medo”, disse.

 

Desde o início da guerra, o governo moldavo tentou diversificar as fontes de energia e reduzir a dependência do gás russo, mas os ataques às infraestruturas ucranianas e o custo de importação de eletricidade da Roménia não ajudaram.

 

Marina Tauber, secretária-geral do Sor – que liderou o protesto em frente ao parlamento – referiu que seu partido não se opõe à União Europeia e quer boas relações com todos os lados. Mas há em no partido quem admita que gostariam de uma intervenção russa.

 

A uma hora de carro ao norte da capital Chisinau fica Orhei, um reduto do Sor onde a BBC falou com o conselheiro do partido, Iurie Berenchi. “Não temos medo, porque se a Rússia quisesse tomar a Moldova”, era capaz de o fazer “em meio dia”, comentou.

 

Iurie Berenchi apoia uma possível invasão russa. “Com a Rússia estaríamos muito melhor do que estamos agora”, sublinhou.

 

Muitas pessoas na capital Chisinau acreditam que laços mais estreitos com o Ocidente podem ajudar a garantir a independência e a democracia da Moldova.

 

O partido da Presidente Maia Sandu tem uma sólida maioria no parlamento. Mas a visão da multidão do lado de fora é diferente. E existe o risco de que essa pressão política amplie as divisões na sociedade.

 

O risco fica claro quando a BBC perguntou a Ala e aos seus amigos se acreditavam que a Rússia se quer infiltrar na Moldova. “Sim, deixe-os vir!. Queremos que venham para cá. Queremos fazer parte da Rússia!”, respondeu.

 

Com informações da LUSO/ZAP //

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