A partir de hoje no mapa mundial, a julgar por tudo, aparecerá outro hotspot com o nome de Putin. Um referendo sobre a anexação de 2/3 do território da Guiana foi realizado na Venezuela. Sem os EUA, a Guiana não tem sequer uma hipótese teórica de sobreviver. Sem a Rússia, Maduro nunca teria ousado dar este passo.
Ainda é muito cedo para dizer como os acontecimentos irão evoluir, mas esta é definitivamente mais uma tentativa da Rússia de repetir o cenário sírio, quando um conflito interrompe outro.
É também importante atentar para o fato de que no dia do referendo, o Vice-Ministro da Defesa da Federação Russa Yevkurov chegou ao Níger, onde se encontrou, pelo menos, com o Ministro da Defesa. Yevkurov, deixe-me lembrá-lo, tornou-se responsável pelos ativos africanos de Prigozhin e pela presença militar da Rússia em África, e o Níger é o produtor número um de urânio no mundo. É possível que Yevkurov tenha trazido algum tipo de oferta de doces russos em troca do fechamento da base americana neste país.
Numa palavra, aproximam-se tempos extremamente difíceis para a nossa diplomacia. Devemos compreender claramente: o objetivo de Putin é que os EUA o reconheçam como igual. Ele nem precisa de um conflito, mas de uma imitação de um conflito. Para que o presidente dos EUA e o líder da República Popular da China se sentem com ele à mesa de negociações.
Por Vadym Denisenko
Com informações da GLAVCOM